Bem cedo um mate trabalha essas sensações de início do dia, o acordar lento e preguiçoso, o preparo da cuia, a água na chaleira, o mate cevando até o primeiro gole, o mais amargo. A harmonia que inicia em acordes menores e faz contraponto com as dissonâncias até o sol entrar na janela, aquecendo e iluminado as passagens em maiores com sétimas, acordes iluminados que nos jogam pra cima, com a força que nos dá a erva-mate.
Água na chaleira pensa esse percurso da madrugada fria, a água que sai da torneira e aquece lentamente ao fogo brando. Um violão solito expressando a solidão de quem se sente acompanhado do velho companheiro chimarrão. Cheio de silêncios é esse tempo de reflexão, pensamentos que andam como os dedos no violão. Produzindo estranhamentos à alma em percursos que vem desde muito longe.
Direção de Trilha de Marcelo Cougo.
Gravado na Tamborearte Estúdio Móvel, em Porto Alegre.
Ouça aqui o tema Água na chaleira:
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